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Geral

27/02/2024 às 16h00

Renata Job

Cotia / SP

Se não tiver coisas boas para falar - então não fale coisas ruins
Tudo aquilo que o outro aponta, critica ou julga, pertence somente a ele.
Se não tiver coisas boas para falar - então não fale coisas ruins

Recente li uma frase atribuída ao psicanalista Sigmund Freud que diz: “ Quando Pedro me fala sobre Paulo, sei mais de Pedro que de Paulo”, o que me fez pensar a respeito e convido você para uma breve reflexão.


A frase em questão é sobre o hábito de falar do outro, de fazer fofocas que em sua maioria o tom é maledicente. Quem fala mal tem por hábito falar de um, de outro e mais outro, demonstrando claramente o comportamento e o nível de confiança daquela pessoa.


Cada indivíduo possui uma visão própria de mundo, constituída ao longo de sua vida em função de suas vivencias, experiências e educação, o que influencia o modo de perceber as pessoas.


Quando julgamos alguém é possível que estejamos refletindo nossas próprias características, experiências e preconceitos, projetando nossas inseguranças e juízos sobre os outros. O que nos instiga a pensar sobre nossas próprias atitudes, pois teoricamente, o que vemos nos outros, pode ser uma projeção distorcida de nossas percepções e emoções, fazendo uma análise de nós mesmo às avessas, isto é, passa a projetar e apontar nos outros defeitos que são, na verdade, nossos.


Falar mal também pode ser uma forma de compensar os próprios complexos e uma estratégia para lidar com as dificuldades. Não se esqueça que uma pessoa só é capaz de perturbar, quando nos provoca de algum modo. E é isso que devemos observar. Pode acontecer de o outro incomodar porque é melhor que eu por exemplo, e não quero melhorar, estou acomodado, ou ainda, não tenho sequer a consciência disso.


Outro ponto para refletir é que no diálogo há quem fala e quem escuta. Aquele que dá atenção é quem alimenta este comportamento prejudicial e tão cruel de falar de alguém. Neste sentido, o melhor a fazer é quebrar o elo da corrente de informações, não fomentando ainda mais o falatório. Se posicione, mostre que você não é uma pessoa aberta a ser o receptor de conversas alheias. Quem faz uma fofoca, se não encontrar uma escuta atenta, risos e comentários não tem razão para continuar, afinal só há espetáculo, se houver plateia.


Não podemos esquecer que palavras ferem, que dedos apontados e olhares de julgamento machucam. Não devemos formar uma opinião e mudar nossas atitudes com alguém, apenas baseados em falas de terceiro. Tudo aquilo que o outro aponta, critica ou julga, pertence somente a ele.


O autoconhecimento é o único caminho para nos tornamos uma pessoa melhor, praticar a autorreflexão, permanecer aberto à compreensão e ter a consciência de que nossas perspectivas são moldadas através das experiências pessoais.


Antes de falar de alguém, reflita e se questiona se o que vai dizer vai fazer a diferença, se vai melhorar a vida de alguém e principalmente se é verdadeiro. Caso não tenha nada de bom para falar, não diga nada.


Agindo assim, podemos cultivar relações mais empáticas e verdadeiras com os outros, promovendo uma maior compreensão e aceitação mútua.

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Blog/coluna Renata Job - escritora/cronista - graduada em Direito , especialista em gestão de pessoas e coordenadora do Centro de Referência da Assistência Social do município de Cotia.
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