19/06/2025 às 14h09
Redação
COTIA / SP
Para marcar o Dia Mundial do Fusca, comemorado em 22 de junho, o Complexo Dream Car de São Roque exibe um raro modelo equipado com câmbio automático original de fábrica, um dos 5 existentes no Brasil. O exemplar chegou ao museu em maio e segue em exposição somente por mais alguns meses. O acervo do Dream Car Museum conta com 165 veículos antigos, entre modelos nacionais e importados. Localizado na Estrada do Vinho de São Roque, a apenas 60 km da capital paulista, o maior polo de entretenimento voltado a carros antigos do Brasil também é composto por kartódromo, shopping com 23 lojas e parque de diversões temático.
O Fusca é um carro tão especial que tem duas datas comemorativas. O Dia Mundial foi uma ideia do brasileiro Alexander Gromow, pois em 22 de junho de 1934 assinou-se contrato de produção entre o criador do modelo, Ferdinand Porsche, e a Associação Nacional da Indústria Automobilística Alemã. Já o Dia Nacional do Fusca é celebrado em 20 de janeiro porque, nessa data, em 1959, começava a montagem do modelo em São Bernardo do Campo, São Paulo. O Fusca foi fabricado no Brasil de 1959 a 1986 e depois retornou em 1993 com os incentivos do então presidente Itamar Franco, tendo a produção definitivamente encerrada em 1996. Mais de 3 milhões e 100 mil unidades foram montadas no Brasil. No mundo, foram mais de 21 milhões de unidades.
O modelo exposto no Dream Car Museum pertence ao empresário Marcio Guerino, 55 anos, residente em Cotia, cidade localizada a 35 km da capital paulista e a 31 km de São Roque. Trata-se de um exemplar Azul Diamante fabricado em 1970 na Alemanha para o mercado europeu. Equipado com motor 1.500 de 4 cilindros refrigerado a ar, tem 52 cv de potência e 10,3 kgfm de torque. Era uma paixão antiga: Marcio sempre ouvia falar sobre a existência do Fusca automático. Até que descobriu este carro em Lima, capital do Peru, e não mediu esforços para comprá-lo. O veículo foi negociado em março de 2024 e chegou a São Paulo de navio. Todo original, recebeu apenas um “banho de tinta” para ficar novamente com visual de zero-quilômetro.
O design apresenta leves diferenças em relação ao Fusca fabricado no mesmo ano no Brasil: vidros laterais e para-brisas maiores, bem como rodas “tipo mexicanas”. Esse modelo já era equipado com itens que só seriam incorporados ao Fusca nacional tempos depois: retrovisor do lado direito, pisca-alerta e bocal externo do tanque. Um diferencial interessante é que o marcador de combustível está integrado à área central do relógio do velocímetro, que marca pouco mais de 55 mil km.
Mas apesar das semelhanças com o Fusca manual, a inscrição “VW Automatic” na tampa do capô traseiro alerta os desavisados: o câmbio deste exemplar é diferente dos demais. O sistema estreou em 1968 no Volkswagen Beetle e no Karmann Ghia (tipo 14), perdurando até 1976. Nos Estados Unidos, a montadora chamou-o de “Automatic Stick Shift” e, na Europa, apenas de “Automatic”.
Montadora realizou adaptações no câmbio manual
O câmbio deste Fusca é bastante diferente dos automáticos tradicionais que começaram a se popularizar nos Estados Unidos a partir dos anos 50. A engenharia da montadora usou uma transmissão manual do modelo e fez modificações para acabar com o pedal da embreagem.
A principais diferença é que, neste Automatic, foi eliminada a primeira marcha e o sistema passou a ter 3 velocidades à frente, mais a ré. Além disso, a segunda tornou-se "L", de Low, ou Load (puxar reboque), a terceira tornou-se "1", para uso urbano, e a quarta transformou-se em "2", para estrada. Apesar de as marchas não mudarem automaticamente, utiliza-se a velocidade mais adequada para cada situação. Ou seja: não é necessário fazer mudanças em movimento, pois o motorista engata a marcha desejada e pode sair dirigindo com essa marcha. O conversor hidráulico de torque faz o papel de modulador de embreagem, realizando as devidas compensações para conciliar rotações entre motor e roda, já que o conjunto platô-disco funciona apenas totalmente aberto ou totalmente fechado. A embreagem convencional continua existindo, mas sem o pedal. O solenóide abre platô e disco quando a alavanca do câmbio é acionada.
Conforme o dono, dirigir o modelo é muito diferente de guiar um Fusca convencional. Não somente por ter apenas 3 velocidades, como também pela posição dos engates: o L (Low) é para trás e a marcha à ré é para frente. Dessa forma, dependendo da situação, o motorista engata a marcha correspondente. Por exemplo: em uma ladeira íngreme, em que é necessário força, deve ser selecionado o L, que faz a função de primeira marcha. Em ruas planas e em velocidades de até 60 km/h, muda-se para a 1ª, que equivale à 2ª e à 3ª marcha. Já na estrada, para velocidades mais altas, engata-se a 2ª marcha, equivalente à 4ª de um Fusca manual. “Basicamente é um Fusca com caixa de câmbio tradicional, mas com uma embreagem que proporciona maior elasticidade. Diríamos que é o avô do sistema automatizado”, compara Marcio.
Diante disso, muitos devem estar se perguntando: se o câmbio é classificado pela montadora como um automático, por que então o motorista precisa selecionar a melhor marcha para cada situação? O Automatic é diferente dos automáticos tradicionais que equipam os carros atuais, mas mesmo assim é considerado um tipo de câmbio automático. E polêmicas à parte, era dessa forma que a Volkswagen vendia oficialmente o carro na época: como automático.
O Fusca Automatic está exposto no pavimento superior do Dream Car Museum juntamente com outras raridades, como o Fusca Split Window ano 1952, a réplica do Herbie usado no filme Se Meu Fusca Falasse e também a valente Kombi. Para conhecer esses e os demais modelos do acervo, basta comprar o seu ingresso com desconto pelo site www.dreamcarmuseu.com.br.
Informações adicionais podem ser obtidas pelo WhatsApp (11) 3090-9147. Siga o complexo no Instagram: @dreamcarsaoroque.
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