11/06/2025 às 13h16
Renata Job
Cotia / SP
Existe uma verdade silenciosa que está no centro de todas as nossas relações: ninguém consegue dar aquilo que não tem. Por mais que tenhamos o desejo de sermos generosos, amorosos ou compreensivos, só podemos oferecer ao mundo aquilo que realmente existe dentro de nós. Somos como copos que transbordam apenas o que nos preenche por completo.
Quando alguém está vazio de paciência, mesmo com a melhor das intenções, não conseguirá ser paciente com os outros. Quando falta amor-próprio, fica difícil amar de verdade. A raiva que explode do nada, a frieza que machuca sem querer, as críticas que ferem, tudo isso é um reflexo do que está dentro de nós, transbordando quando nossos sentimentos internos ficam cheios demais.
O mais interessante é que esse transbordar acontece de forma involuntária e sincera. Não dá para fingir por muito tempo. Por mais que tentemos esconder quem realmente somos por fora, eventualmente essa nossa essência aparece. Quem demonstra uma gentileza verdadeira e sincera costuma carregá-la consigo. Já quem vive criticando o tempo todo, pode estar alimentando uma crítica forte e interna contra si mesmo.
Isso não quer dizer que somos presos aos nossos sentimentos ou pensamentos. Pelo contrário, entender isso nos liberta. Quando percebemos que só podemos oferecer ao mundo aquilo que temos dentro de nós, começamos a assumir a responsabilidade de cuidar e desenvolver o que queremos compartilhar. Queremos ser mais compassivos? Precisamos primeiro cultivar a compaixão por nós mesmos. Desejamos relacionamentos mais saudáveis? É necessário primeiro curar as feridas internas que nos fazem reagir de forma negativa.
Cuidar do nosso eu, deixa de ser um luxo e passa a ser uma responsabilidade social. Sempre que escolhemos lidar com nossa dor de uma forma consciente, ao invés de projetá-la nos outros e buscamos paz ao invés de alimentar conflitos internos, estamos ajudando a tornar o mundo um lugar melhor. Porque inevitavelmente, o que sentimos por dentro acaba transbordando para fora.
A pessoa que encontra paz consigo mesma, naturalmente transmite calma e tranquilidade. Quem consegue se perdoar, consegue também, perdoar os outros com mais facilidade. E quem se conhece bem, consegue entender as diferenças e as dificuldades das outras pessoas sem julgá-las.
Somos responsáveis pelo que transborda de nós. E essa responsabilidade começa com a coragem de olhar para dentro, reconhecer o que está lá, em nosso interior, tanto a luz quanto a sombra e conscientemente escolher o que queremos cultivar.
Porque, no final das contas, o mundo ao nosso redor é apenas o reflexo do universo que carregamos dentro de nós.
Renata Job
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